A Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua (ETCC) é um tratamento avançado de neuromodulação aplicado para modificar a excitabilidade cerebral, de forma segura, não invasiva, através de uma corrente fraca direta que se desloca por dois eletrôdos (cátodo e ânodo) posicionados em regiões externas do crânio estratégicamente determinado pelo médico gerando uma pequena corrente galvânica, que altera a atividade elétrica cerebral da área trabalhada, aumentando ou diminuindo a excitabilidade cortical.  

Técnicas primitivas de Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua (ETCC) está descrita desde a época do Império Romano para o tratamento de epilepsia e cefaléias (dores de cabeça). Também durante século XIX utilizada em pacientes que sofriam de melancolia. Voltou a ser estudada e aprimorada em 1960 na Alemanha com intensas pesquisas  na área da neuro tecnologia e pesquisa clínica aplicada. Entre seus benefícios está o fato de preservar algumas características desejáveis da estimulação cerebral não-invasiva, tais como poucos efeitos colaterais, focalidade, não invasiva (não precisa cirurgia) e indolor.

O tratamento com Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua (ETCC) é muito usado em países como  Alemanha, Espanha e Estados Unidos e ajuda pacientes que sobrem de distúrbios e doenças neuropsiquiátricas como depressão, perda de memória, déficit de atenção e hiperatividade, AVC, dependência química, dor crônica, fibromialgia, enxaqueca e zumbido. Estudos recentes demonstraram que o tratamento é um importante método neuromodulador dentro da prática médica, seguro e acessível, possue efeito neuromodulatório (ocorre no momento da estimulação) e neuroplastico (ocorre após a estimulação)(1) (2).

Transmissão da corrente do ponto anodo (azul) para o catodo (vermelho):

Estudos clínicos utilizando a Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua (ETCC) no tratamento da depressão maior, no Brasil, Itália, Canadá e Austrália tem mostrado excelentes resultados. Os eletrodos são colocados em uma região do cérebro chamada córtex dorso-lateral pré-frontal esquerdo (CDLPE) com pulso anodal (positivo), região com falta de atividade na depressão responsável por funções como planejamento executivo e percepção afetiva. Utilizando intensidade de 2 mA, 20 minutos durante 10 dias consecutivos(3).

Outro estudo feito na Itália em 2009 mostrou ótimos resultados em 34 pacientes com depressão. Foi utilizado o protocolo na área do Córtex Pré-frontal Dorso Lateral, no lado esquerdo eletrodo anôdo (positivo) e no lado direito cátodo (negativo) com intensidade de 2 mA por 20 minutos, 2 vezes ao dia por duas semanas(4).

Quando a Estimulação Tracraniana de Corrente Contínua (ETCC) é usada no tratamento da dor crônica pode se utilizar o Córtex motor estimulando o hemisfério contralateral ao lado afetado, caso seja bilateral estimula-se o hemisfério dominante. No entanto, se a dor está associada a componentes afetivo-emocional importante deve-se estimular o córtex pré-frontal esquerdo, como no caso da fibromialgia.

Outro estudo recente, 2010, investigou a Estimulação Tracraniana de Corrente Contínua (ETCC) no córtex pré-frontal com estimulação bifrontal (anodal à direita e catodal à esquerda) de 400 pacientes com tinnitus (zumbido), o que levou a redução de sintomas em um subgrupo (30%) de pacientes sendo mais ativo naqueles paciente que apresentavam estresse pelo zumbido(5).

O vídeo abaixo mostra como é o tratamento de neuromodulação com Estimulação Transcraniana de Corrente Contínua (ETCC) no caso de um paciente com TDHA (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade). Uma alternativa no tratamento dos transtornos neuropsiquiátricos:

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Referência Bibliográfica:

1.    UTZ K. S., DIMOVA. V., Oppenländer K, Kerkhoff G. Electrified minds: Transcranial direct current stimulation (tDCS) and Galvanic Vestibular Stimulation (GVS) as methods of non-invasive brain stimulation in neuropsychology—A review of current data and future implications. Clinical Neuropsychology Unit, Saarland University, Saarbruecken, Germany Neurological Clinic Bad Aibling, Germany. 2010

2.    Nitsche, M. A., Cohen, L.G., Wassermann E. M., Priori, A., Lang, N., Antal, A., Paulus, W., Hummel, F., Boggio, P. S., Fregni, F., & Pascual-Leone, A. (2008). Transcranial direct current stimulation: State of the art 2008. Brain Stimulation 1(3), 206–23.

3.    Berlim MT, Dias Neto V, Turecki G. Transcranial direct current stimulation: a promising alternative for the treatment of major depression. Depressive Disorders Program, Douglas Mental Health University Institute, McGill University, Montreal, Quebec, Canada. 2009.

4.    Ferrucci R, Bortolomasi M, Vergari M, Tadini L, Salvoro B, Giacopuzzi M, Barbieri S, Priori A. Transcranial direct current stimulation in severe, drug-resistant major depression. Centro Clinico per le Neuronanotecnologie e la Neurostimolazione, Fondazione IRCCS Ospedale Maggiore Policlinico, Mangiagalli e Regina Elena, Milan, Italy. 2009.

5.    Fregni F, Marcondes R, Boggio PS e col. Trasient tinnitus suppression induce by repetitive transcranial magnetic stimulation and transcranial direct current stimulation. Eur J Neurol. 2006 Sep 13(9):996-1001.

 

Produzido por: Educação e Pesquisa da Clínica Higashi – Neuroestimulação e Neurologia Rio de Janeiro e Londrina.