O transtorno do estresse pós-traumático (TEPT), é um transtorno cerebral classificado dentro dos transtornos de ansiedade, que ocorrem como conseqüência à exposição a um evento fortemente traumático como violência urbana, agressão física, abuso sexual, terrorismo, tortura, assalto, seqüestro, acidentes, guerra, catástrofes naturais ou provocadas.

Os sintomas mais comum observados são:
a) Reexperiência traumática: pensamentos recorrentes e intrusivos que remetem à lembrança do trauma, flashbacks, pesadelos; insônia;

b) Esquiva e isolamento social:  a pessoa foge de situações, contatos e atividades que possam reavivar as lembranças dolorosas do trauma; depressão; entorpecimento.

c) Hiperexcitabilidade psíquica e  psicomotora: taquicardia, sudorese, tonturas, dor de cabeça, distúrbios do sono, dificuldade de concentração, irritabilidade, hipervigilância e ansiedade.

Pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, descobriram que o transtorno do estresse pós-traumático (TEPT) está ligado a dois genes (TPH1 e TPH2) responsáveis pela produção de serotonina, neurotransmissor que regula o humor, sono e capacidade de atensão. Essa variedade genética faz com que o organismo produza menos serotonina(1), desequilibrando o córtex pré-frontal.

As áreas cerebrais involvidas no transtorno do estresse pós-traumático (TEPT) – principalmente as áreas do córtex pré-frontal e hipotálamo:

O tratamento convencional para transtorno do estresse pós-traumático (TEPT) inclui terapia cognitivo comportamental e a indicação de medicamentos, quando necessários.

Recente pesquisa desenvolvida pela UNIFESP (Universidade Federal do Estado de São Paulo) e por outras universidades brasileiras, em parceria com pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz, levantou através de estudos e pesquisas que a causa do transtorno está assossiada ao desequilíbrio dos níveis de cortisol e na redução de 8% a 10% da atividade do córtex pré-frontal e do hipocampo(2). O que leva ao desequilíbrio de áreas de controle no cérebro pois o cótex pré-frontal dorso lateral controla o comportamento de ansiedade do tipo paranóica e a depressão, comorbidades que acometem grande parte dos indívíduos que sofrem de transtorno do estresse pós-traumático (TEPT).

O tratamento com Estimulação Magnética Transcraniana (EMT) tem obtido ótimos resultados no transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), principalmente nos casos em que a comorbidade assossiada é a depressão e para aqueles pacientes que apresentam efeitos colaterais ou não respondem a medicação convencional. Os estudos demonstraram que Estimulação Magnética Transcraniana (EMT) melhora também da ação da serotonina que é deflagrada pela ativação do córtex pré-frontal dorso lateral reequilibrando a área de controle da ansiedade e depressão. 

Um estudo realizado pelo Departamento Médico de Veteranos de Guerra, nos Estados Unidos, em 2002, selecionou 12 pacientes com Transtorno do Estresse Pós-traumático (TEPT) e depressão e aplicaram Estimulação Magnética Transcraniana (EMT) no cótex pré-frontal esquerdo com freqüência de 1 Hz e 5 Hz durante 10 dias consecutivos, a 90% do limiar motor do paciente. A Estimulação Magnética Transcraniana (EMT) em baixa freqüência (1 Hz) teve melhor resultado com melhora de 50 % dos pacientes na ansiedade, hostilidade e insônia (3).

Outro estudo realizado em Israel, em 1998, com 10 pacientes, com protocolo de 1 Hz, no córtex motor por 30 minutos (15 minutos no lado direito e 15 minutos no lado esquerdo), totalizando 20 sessões diárias. O estudo mostrou melhora de 90% dos sintomas de ansiedade, somatização e clínica geral (4).

Em 2012, um estudo piloto no White River Junction (Vermont) VA Medical Center, nos Estados Unidos, tratou 20 veteranos de guerra com transtorno do estresse pós-traumático (TEPT) com tratamento de a Estimulação Magnética Transcraniana (EMT) em baixa freqüência (1 Hz) durante 10 dias consecutivos. Aqueles que receberam o tratamento do Estimulação Magnética Transcraniana (EMT) mostraram melhora significativa do transtorno do estresse pós-traumático  (TEPT) como também da depressão (5).

Na University of the Negev, em Israel, foram selecionados, em 2004, 24 paciente com Transtorno do Estresse Pós-traumático (TEPT) associado a depressão e ansiedade para tratamento com Estimulação Magnética Transcraniana (EMT).  Foram utilizados 3 protocolos, o primeiro em baixa freqüência (1Hz), o segundo em alta freqüência (10 Hz) e o terceiro placebo, durante 2 semanas com 10 sessões diárias no córtex pré-frontal dorso lateral direito. O resultado que obteve maior efeito foi com a alta freqüência (10 Hz) no córtex pré-frontal dorso lateral direito, houve melhora da ansiedade e dos sintomas do Transtorno do Estresse Pós-traumático (TEPT)(6).

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Leitura Complementar:

1.     E. Ronald de Kloet et col. Stress Hormones and Post Traumatic Stress Disorder: Basic Studies and Clinical Perspectives. Assoc Prof Psychiatry, University Medical Center, Rudolf Magnus Institute of Neuroscience, Utrecht, the Netherlands. 2013

2.    Cassado, D. Da C.; Gallo, A. E.; Williams, L. C. De A. Post-Traumatic Stress Disorder in women victims of domestic violence: a pilot study. Revista de Psicologia da UNESP,n 2, p. 101-110, 2003.

3.    Rosenberg PB, Mehndiratta RB, Mehndiratta YP, Wamer A, Rosse RB, Balish M. Repetitive transcranial magnetic stimulation treatment of comorbid posttraumatic stress disorder and major depression.J Neuropsychiatry Clin Neurosci. 2002 Summer;14(3):270-6.

4.    Grisaru N, Amir M, Cohen H, Kaplan Z. Effect of transcranial magnetic stimulation in posttraumatic stress disorder: a preliminary study. Biol. Psychiatry. 1998 Jul 1;44(1):52-5. PubMed PMID: 9646883.

5.    McCann UD, Kimbrell TA, Morgan CM, et al: Repetitive transcranial magnetic stimulation for posttraumatic stress disorder. Arch Gen Psychiatry 1998; 55:276–278.

6.    Cohen H, Kaplan Z, Kotler M, Kouperman I, Moisa R, Grisaru N. Repetitive transcranial magnetic stimulation of the right dorsolateral prefrontal cortex in posttraumatic stress disorder: a double-blind, placebo-controlled study. Am J Psychiatry. 2004 Mar;161(3):515-24. PubMed PMID: 14992978.

7.    Brain Stimulation, January 2012.

8.    http://veja.abril.com.br/noticia/saude/tendencia-a-desenvolver-stress-pos-traumatico-pode-ser-genetica – 19/02/2013.

 

Produzido para fins ciêntífico por Educação e Pesquisa da Clínica Higashi – Neuroestimulação e Neurologia Rio de Janeiro e Londrina