Com o avanço da neurociência, neurologia e neuropsicologia foram desenvolvidos estudos, técnicas e tratamentos acerca do funcionamento do cérebro e suas relações com o metabolismo, sentimentos, pensamentos e comportamentos.

O nome Neurofeedback em inglês se refere a um processo de retroalimentacão do Sistema Nervoso Central. É uma técnica de neuromodulação não invasiva que  utiliza a tecnologia para ajudar a trabalhar as ondas cerebrais.

O Neurofeedback (NFB) é um tratamento que se utiliza da tecnologia do Eletroencefalograma (EEG) para controlar as ondas cerebrais, sendo útil para tratamento do Transtorno de Déficit de Atençäo, Ansiedade, Insônia, Estresse, Impulsividade, entre outros sintomas.

O neurofeedback ocorre com o treinamento do cérebro. O EEG capta e monitora em tempo real as ondas cerebrais, permitindo assim a identificação da frequência das ondas, ou seja, identifica seu ritmo: se estão rápidas ou lentas.  Cada frequência é importante para realizarmos nossas atividades cotidianas e cada uma delas apresenta características diferentes. Por exemplo: é preciso de ondas lentas para estar em relaxamento, sono. Mas também é necessário ondas rápidas para realização de atividades de raciocínio e concentração, através de um software específico onde na tela são emitidos estímulos visuais e/ou sonoros com o objetivo de reforçar ou inibir padrões de funcionamento das ondas cerebrais, com isso criar um processo de aprendizagem que permite a autoregulação do cérebro: o neurofeedback.

O Neurofeedback baseado no Slow Cortical Potential ou Potenciais Corticais Lentos se baseia em mudanças muito pequenas na atividade cortical. Essas ondas são oscilatórias e espontâneas, com duração entre 300 milésimos de segundos e alguns segundos.

Essas ondas denominadas Slow Cortical Potential podem variar de um estado elétrico negativo para positivo, refletindo o nível de excitabilidade cortical. Quando negativo expressa o aumento da atividade neural, indica atenção, concentração, importantes para o tratamento do Transtorno de Déficit de Atenção por exemplo. Quando positivo, reflete a diminuição da atividade neural, importante na prevenção de crises epiléticas e ajuda no tratamento da insonia, dores e enxaqueca.   O reforço é fornecido para o aumento da negatividade ou da positividade da polarização do EEG, ou seja, conforme é percebida a necessidade de cada individuo durante o treinamento.

Se a intenção do treinamento for  aumentar a capacidade de concentração, por exemplo, o neurofeedback  detecta as ondas cerebrais de distração e treina o cérebro a trabalhar com atenção.  Por outro lado, se o indivíduo for ansioso, será detectado padrões de ondas de estabilidade e treina o cérebro a diminuí-las.

O processo de treinamento acontece através de protocolos personalizados, ou seja, variam de acordo com a necessidade de cada um. Através de uma consulta de avaliação, é necessário identificar a queixa do paciente, seus padrões de funcionamento e definição de seu protocolo de treinamento: número de sessões, duração de cada sessão e o número de ondas cerebrais que serão estimuladas.

Com o protocolo definido, é possível desenvolver a habilidade ou o estado mental que será treinado, e desta forma, auxiliar o indivíduo a levar as estratégias aprendidas no neurofeedback para suas  atividades diárias.

É importante ressaltar que o Neurofeedback não possui contra indicação e os resultados podem ser otimizados de acordo com a persistência no treinamento e, após um certo nível de treino (de 15 a 30 sessões em média) o Neurofeedback tem efeitos duradouros.

Autor: Ana Carolina Peçanha M Cardoso, psicóloga responsável pelo Setor de Neuropsicologia e Neurofeedback da Clínica Higashi Rio de Janeiro ( tel: 21-34398999 e cel. 21- 982084972).

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